21 de mar. de 2010

Em busca do próximo terremoto

O trabalho dos profissionais do RN que monitoram a atividade sísmica no Nordeste.
Eles são sismólogos, mas poderiam ser chamados de caçadores de terremotos. Suas vidas são dedicadas a registrar tremores no Nordeste. O ponto de encontro deles é quase sempre o mesmo: o laboratório de sismologia do Departamento de Geofísica da UFRN, único da região e um dos principais do país. No local, dois professores, três técnicos de campo, sete alunos de pós-graduação e três de graduação se revezam na análise das estações e dos tremores registrados. Todos os dias eles monitoram, através de programas de computadores, os tremores de terra nos estados do RN, CE e PE. Isso quando não são convocados para colaborar com instituições de renome nacional como as universidades de Brasília (UNB) e São Paulo (USP) que também mantêm bases fixas que analisam tremores.
Os professores Joaquim Ferreira (esquerda) e Aderson Nascimento, no trabalho de campo em Taipu, logo após o tremor que sacudiu a cidade em janeiro. 
Gostar de disciplinas como matemática e física é essencial para um sismólogo - especialista que estuda os sismos. Ou seja, terremotos. Calcular a intensidade do tremor, a energia liberada e a extensão são algumas das atribuições desse profissional. Graduados em física, geofísica e geologia, esses especialistas nem sempre têm seu trabalho divulgado. Embora apareçam na mídia apenas quando ocorre um abalo de grau elevado registrado pela escala Richter, o trabalho desses profissionais é diário.
Graduado em física, com especialização em geofísica e estudando terremotos há 14 anos, o professor Aderson Nascimento, vice-coordenador do laboratório de sismologia, é um dos nomes mais respeitados na área no estado, ao lado do professor Joaquim Ferreira, coordenador do laboratório. Segundo Aderson, a UFRN ganhou respeito da comunidade universitária e científica brasileira porque foi uma das primeiras instituições a se dedicar ao estudo dos abalos no país. "Desde 1978 que a UFRN mantém pesquisas constantes sobre sismos, por isso somos requisitados por outras instituições que também estudam os tremores", acredita o professor.

Estações

Os 15 profissionais do laboratório da UFRN se revezam entre o monitoramento das estações fixas instaladas nos municípios de Riachuelo e Pau dos Ferros (RN), Sobral e Beberibe (CE) e Gravatá e Sanharó (PE), e análise das estações "temporárias" estabelecidas nas cidades de Nova Jaguaribara (CE), próximo ao açude do Castanhão, e em Poço Branco (RN). O professor Aderson explica que esse último tipo é instalado para estudos mais específicos, enquanto que as estações fixas analisam o solo de uma região mais abrangente. "Além dessa análise local, estudamos o solo em amplitudes maiores e a superfície da terra. Analisamos, por exemplo, quanto os continentes vão se afastando um do outro", acrescenta o professor.

0 comentários:

Postar um comentário

Obrigada por comentar e visitar nosso blog.

 

Atualmente

Este blog possui atualmente:
Comentários em Artigos!
Widget UsuárioCompulsivo

.